quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Poesia Matemática

Às folhas tantas

Do livro matemático

Um Quociente apaixonou-se

Um diaDoidamente

Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável

E viu-a, do Ápice à Base,

Uma Figura Ímpar;

Olhos rombóides,

boca trapezóide,

Corpo otogonal, seios esferóides.

Fez da sua

Uma vida

Paralela a dela

Até que se encontraram

No Infinito."Quem és tu?" indagou ele

Com ânsia radical."Sou a soma dos quadrados dos catetos.

Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram-

O que, em aritmética, corresponde

A almas irmãs -Primos-entre-si.

E assim se amaram

Ao quadrado da velocidade da luz

Numa sexta potenciação

TraçandoAo sabor do momento

E da paixão

Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais.

Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas

E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.

E, enfim, resolveram se casar

Constituir um lar.

Mais que um lar,

Uma perpendicular.

Convidaram para padrinhos

O Poliedro e a Bissetriz.

E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro

Sonhando com uma felicidade Integral

E diferencial.E se casaram e tiveram uma secante e três cones

Muito engraçadinhos

E foram felizes

Até aquele dia

Em que tudo, afinal,

Vira monotonia.

Foi então que surgiu

O Máximo Divisor Comum

Freqüentador de Círculos Concêntricos.

Viciosos.Ofereceu-lhe, a ela,

Uma Grandeza Absoluta,

E reduziu-a a um

Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu

Que com ela não formava mais

Um Todo,Uma Unidade.

Era o Triângulo,

Tanto chamado amoroso.

Desse problema ela era a fração

Mais ordinária.

Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade

E tudo que era expúrio passou a ser

Moralidade

Como, aliás, em qualquer

Sociedade.

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